sexta-feira, 19 de novembro de 2010

13º não deve ser usado para cobrir dívidas

Texto muito bom sobre saúde financeira, eu indíco:

Uma pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) aponta que 57% dos consumidores pretendem utilizar o 13º salário para pagar dívidas adquiridas ao longo do ano. O levantamento, feito com 567 pessoas, revela ainda que as dívidas com cartão de crédito e cheque especial foram as mais citadas, por 38% e 33% dos usuários, respectivamente.


Entretanto, para o educador e terapeuta financeiro Reinaldo Domingos, a princípio cobrir os débitos acumulados não é a melhor forma de usar o benefício. A pessoa que "paga a dívida desse jeito está adiando o problema", diz. Segundo Domingos, o 13º salário é um dinheiro extra, e esse tipo de benefício "deve ser destinado para realização dos sonhos, que pode ser uma viagem, a aposentadoria sustentável - ou seja, a independência financeira para o futuro, comprar uma televisão nova", entre outros, explica.
Para receber os problemas com as finanças, os trabalhadores devem saber em que situação se encontram antes de começar a pensar em qualquer destino para esse dinheiro.
O educador divide as pessoas em três grupos: o investidor, aquele que tem a situação financeira sobre controle e que, sendo assim, já destinou parte da verba para contas de final de ano, presentes e outros gastos da época e tem o 13º livre; a pessoa equilibrada, que tem em dívidas exatamente o que ganha como salário mensal; e as endividadas, que tem mais dívidas do que consegue pagar por mês.

Diagnóstico financeiro

No segundo e terceiro caso, Domingos ensina que é imprescindível que essas pessoas comecem a fazer uma avaliação dos seus gastos. "O melhor caminho é fazer um diagnóstico financeiro, levantar o que está acontecendo para saber o dinheiro que entra e o que sai, anotando por 30 dias, pelo menos, todo o dinheiro gasto", ensina.
Nesse processo, o educador explica que devem ser anotados todos os gastos diários, como padaria, cafezinhos, mercado, contas mensais e até mesmo as gorjetas. Todos os gastos da família devem ser colocados em uma planilha, para depois disso, serem discutidos em uma reunião familiar. Após o levantamento, todos poderão avaliar onde está o desperdício e como colocar as contas em dia.
No caso das dívidas como cartão de crédito e cheque especial, Domingos diz que estas devem ser renegociadas junto com ao banco. "Nesse momento a pessoa deve procurar o gerente, fazer um acordo alongado, por exemplo, se a dívida do cheque especial é de R$ 1 mil, ela pode propor pagar esse valor em 12 ou 13 vezes de R$ 100,00, pagando uma parte dos juros, e cancelar o limite", explica. Dessa forma, a pessoa vai "combater a causa e evitar que volte o problema", completa.

Sonhos

Com a renegociação prolongada das dívidas e controle dos gastos, eliminando inclusive os consumos desnecessários e a determinando metas para o futuro, "o 13º entra limpo, assim o trabalhador pode reservar uma parte para o final de ano, para os presentes e ceia, a segunda parte para alguns gastos no início do ano e o restante deve destinar para o sonho ou até mesmo para uma reserva futura", ensina Domingos.
No entanto, ele ainda alerta que a economia financeira deve estar sempre atrelada a algum sonho. "Nunca guardar sem o porquê guardar, essa vulnerabilidade leva a gastar sem necessidade", ensina.

Saúde financeira

Por fim, Domingos alerta que é importante que toda a família participe dessa avaliação financeira e desse processo de controle de gastos. Para ele, a educação financeira deve ser iniciada na infância, pois o descontrole nas contas pode gerar sérios problemas para a pessoa e também para a família, como de saúde, estresse, problemas conjugais, baixa produtividade no trabalho, entre outros.
"Está na hora de nós brasileiros investirmos numa saúde que acabamos deixando de investir, que é a saúde financeira, que dá sustentabilidade a nossa saúde física, mental e espiritual", alerta.
O educador diz ainda que "o dinheiro não aceita desaforo, se você não tratá-lo como meio para realizar os seus sonhos, vai trabalhar 30 anos e não vai ter muitos desejos realizados, vira escravo do consumo", conclui.

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